Por Edmar Bulla
Se resolver racismo estrutural fosse tão simples quanto publicar um quadrado preto no Instagram e se gerar inclusão de pessoas trans fosse tão simples quanto fazer um workshop com participantes LGBT+, estaríamos todos salvos e resolvidos. Mas a realidade é diferente. Redes sociais, declarações isoladas e iniciativas pontuais não trazem mudanças.
Na busca por inovação na jornada ESG, muitas empresas se enveredam no território das causas sociais e ambientais. Algumas, de fato, geram impacto real e contínuo, mas outras apenas adotam práticas com aparência de moralidade (mas sem ações concretas), focam na construção de imagem pública positiva (mas sem mudanças reais), buscam aprovação em redes sociais (apenas para serem vistas como virtuosas ou moralmente superiores) e são superficiais (a ação não acompanha a fala). Estas são características principais do virtue signaling.
O termo refere-se a uma prática onde uma pessoa ou grupo expressa suas opiniões ou adota uma postura pública para demonstrar seu compromisso com valores morais ou sociais, muitas vezes mais para ganhar aprovação social ou melhorar sua imagem do que para efetivamente promover mudanças significativas.
De acordo com dados do estudo Oldiversity do Grupo Croma, 51% dos brasileiros veem descolamento com a realidade entre o que as empresas dizem ou fazem e 54% não acreditam que as marcas sejam autênticas. Esta avaliação é justamente motivada por postagens em redes sociais sobre causas sem real envolvimento ou resultados concretos ou duradouros; participação em eventos ou campanhas virtuais para demonstrar apoio, mas sem esforços contínuos; ou até mesmo ações publicitárias pontuais que flertam apenas como oportunismo.
Fato é que as pessoas esperam que as marcas sejam genuínas. E toda falta de autenticidade será castigada com rechaços, ataques em redes sociais, queda de consideração e preferência e, em última instância, vendas e valor de mercado.
MINHA RECOMENDAÇÃO ESTRATÉGICA SOBRE COMO MARCAS DEVEM ABRAÇAR UMA CAUSA E EVITAR O VIRTUE SIGNALING:
Escrito por
Edmar Bulla
Palestrante sobre inovação, tendências e comportamento |
Fundador do Grupo Croma | Embaixador ChildFund Brasil.
LinkedIn