O humano em mim saúda o humano em você

Por Edmar Bulla

O humano em mim sauda o humano em voce grupo croma solutions

Não está nada fácil para quem gerencia equipes. Do topo vem a cobrança por resultados. De baixo, a cobrança por mais empatia. No meio, ensanduichados, os profissionais da média gestão se desdobram para atender às duas demandas, mas a que custo e como?

Pela primeira vez desde que conduzo o estudo Sonhos Brasileiros, a população anseia por mais saúde física, emocional e mental do que qualquer outra coisa. Antes ocupada pela ambição financeira, a primeira posição agora evidencia uma sociedade desgastada, cansada e com poucas perspectivas de futuro, que busca a saúde mais por cura do que por prevenção. Os escritórios não estão alheios a isto. Fazem parte do contexto social e são ocupados por brasileiros com igual condição.

Para ter uma gestão mais humana é preciso fornecer recursos para que isso aconteça. Caso contrário, uma bomba relógio está prestes a explodir a qualquer momento, seja em forma de burn out, demissão, má performance ou assédio. A segurança psicológica entra em pauta como nunca antes e por motivos bastante óbvios: profissionais estão sob pressão, inseguros e em risco. A solução passa por equilibrar o movimento que, de um lado, demanda a entrega de resultados financeiros e, de outro, a manutenção de pessoas felizes e saudáveis.

Mas, como? Acionistas não cobram felicidade. Conselheiros observam e calculam riscos e oportunidades financeiras. O topo da gestão olha para cima. A média gestão tem um olho no peixe e outro no gato. O gato, no caso, está embaixo, personificado na massa de colaboradores. A quem, portanto, cabe olhar a humanidade dos profissionais, de modo atento, individualizado e capaz? A bola quica no campo da média gestão mais uma vez, porque a área de gestão de pessoas, recursos humanos ou qualquer que seja o nome, está ocupada com a fotografia toda, sem ter condições de dar a devida atenção aos dramas e perrengues pessoais e cotidianos. A média gestão está preocupada também com as operações e as metas, mas segura nas mãos a batata quente de quem está igualmente necessitado de humanidade.

O que tem sido feito com esses gestores é tão injusto quanto cruel. Muitos têm contado com a sorte. Quem é que tem olhado para essas pessoas? A tendência de vermos, cada vez mais, a ascensão de líderes que conjuguem segurança psicológica com resultados financeiros é inevitável. E isto inclui, sem dúvidas, desde a flexibilidade em modelos híbridos ou remotos de trabalho, passando pela valorização de novas competências e habilidades de linguagem e gestão de pessoas, até a adoção da Inteligência Artificial como garantia de mais tempo de qualidade para fazer aquilo que só humanos podem fazer.

Se o futuro do trabalho é pautado pela criatividade, pela empatia e pela humanidade que há em nós, muito possibilitado pelo eficaz uso da tecnologia a nosso favor, não podemos assumir que o agora é mais um movimento de transição necessário. Porque isso tem custado a saúde de muitas pessoas em nome da eficiência a qualquer preço. Basta!




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Escrito por
Edmar Bulla
Palestrante sobre inovação, tendências e comportamento |
Fundador do Grupo Croma | Embaixador ChildFund Brasil.
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